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Só em rede

Por Lu Lopes

O individual nunca é sozinho.

Só, estamos em meio a redes de individualidades

conscientes ou inconscientemente conectadas.

Somos indivíduos em rede.

A palavra indivíduo, do latim individuus, significa indivisível, uno,

referindo-se a um ser biológico cuja existência depende de sua integridade.

Integridade é a qualidade de ser inteiro, completo.

Completo que contém todos os elementos essenciais em si, que não tem nada a faltar, inteiro e integral.

Somos integrados a uma rede viva.

…Quando penso em criação

primeiro silencio e acalmo os pensamentos pulsantes que me confundem,

 fazendo com que eu desconfie da pureza do meu instinto,

da pureza da minha intuição,

desfiando a conexão com a rede criativa que sinto estar sempre à minha volta…

Silencio me esvaziando por meio dos downloads de livre escrita,

 cercada de silêncio mesmo quando o barulho me cerca.

Respiro e exercito me escutar

e enxergar as imagens que surgem no campo imaginativo deixando que passem

e aos poucos vou entrando em estado de presença afetiva.

Me deixo afetar pelos elementos presentes no meu entorno

e o impulso criativo vai se potencializando só por eu escutar a reverberação da rede.

A rede de imagens, sonoridades, plasticidades e movimentos sensoriais que me trazem no campo imaginativo as pessoas vivas em mim, os lugares vivos em mim,

as relações humanas e naturais em meio ao mundo e ao planeta

que me nutrem de ideias espontâneas.

Me sinto integrada quando escuto a rede que pulsa o invisível vibrante.

O visível que só eu enxergo dentro de mim.

Reconheço a individualidade quando meu corpo dá contorno

para conteúdos que me inspiram, virando intensidades criativas.

Criar uma obra artística é um ato que começa

pelo reconhecimento de algo que nos afetou, um processo pelo qual algum estímulo externo ou interno provoca uma reação específica,

produzindo uma percepção criativa.

Criativa porque sempre criaremos algo com nossas percepções

a partir de um reconhecimento intuitivo no imediato.

Criar começa quando nós, fontes criadoras, nos espalhamos e recolhemos

num pulsar contínuo e confiante.

Fiando, compondo e sustentando o fio criativo das nossas relações artísticas

com nosso DNA único em meio a uma rede confiante.

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