Joana perguntou pra mim um dia, qual a fronteira do método da Autonomia Criativa e da vida. Existe fronteira entre vida e criação?
…Hum…
Uma fronteira é um limite que demarca um espaço e o separa de outro(s).
A vida gera movimentos criativos que organizamos aos poucos e à medida que desenvolvemos consciência em meio ao fazer periódico. Pensando a partir desta palavra _fronteira_, percebo que temos CONTORNOS criativos que surgem espontaneamente para que a gente possa co-criar e compor um todo com maior harmonia.
Diferente de um fundamento geopolítico que tem a intenção de proteger um território. Aqui a proteção instintiva e intuitiva acontece via um princípio criativo e afetivo e por efeito da prática artística:
…queremos brincar juntos…
Então primeiro reconhecemos nossos limites, extensões (e quem sabe) a possibilidade dos nossos infinitos para compor a brincadeira com fluxo criativo.
A princípio nem eu, nem a Carol Melo, e acredito que nenhum método pode responder esta pergunta, porque depende de quem entra em relação com a prática dele.
Não somos nós quem decidimos e sim quem entra pra brincar junto com a gente.
Percebo camadas de relação em cada pessoa que chega junto.
Se a gente vai “brincar com todas as cores do arco-íris”, escolher algumas ou combinações coloridas, depende de uma entrega afetiva que criará reconhecimentos conscientes, limites, e assim contornos ou fronteiras entre nós.
Gosto de pensar nos contornos instantâneos e nos mapas do imediato que se autodestroem assim que os reconheço, para imediatamente apresentarem pequenas novas perspectivas imperceptíveis que desterritorializam minha mente, me deixando enraizada na imprevisibilidade. Ufa…
Fico com medo às vezes…
…mas a co-criação em meio a coletivos brincantes impermanentes sempre me jogam alguma corda e fazem com ela uma rede amorosa e divertida pra me balançar.