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Brincando com o invisível

Por Lu Lopes

Um dia, quando pequeninha, descobri a fantástica fábrica de brinquedos invisíveis que morava dentro de mim: minha fonte imaginativa! Hoje eu brinco de chamar de drive portátil, essa nuvem imaginária que faz parte do nosso organismo criativo. Nosso espaço particular invisível, onde ficam holografadas infinitas imagens que se autocriaram a partir de memórias que a gente viveu, de filmes que a gente assistiu, de livros que a gente leu, de músicas que a gente ouviu! Já pequninha comecei a enxergar o invisível. Ao mesmo tempo em que meu olho estava vendo as coisas do mundo, eu enxergava simultaneamente minhas imagens internas.

Nessa época eu comecei a holografar historias nas paredes desocupadas.

Passeava pelo mundo mesmo sentada num degrau.

Ia para todos os lugares com pessoas que nunca estavam comigo.

Descobri que podia estar em vários lugares ao mesmo tempo!

Parecia que o mundo tinha ganhado um tamanho indefinível, para além da grande bolota giratória.

Tive medo, porque até o contorno do meu corpo as vezes desaparecia.

Eu me arrepiava e passei a gostar de arrepios porque eram eles que me traziam de volta pro mundo.

Com ele passando por mim todos os dias, sempre aconteciam novas imagens que com o tempo foram compondo histórias, músicas, ideias mirabolantes. Pessoas entravam e saiam da minha vida e eu percebia que elas continuavam na minha nuvem portátil particular. Elas viravam bruxas, sorveteiros, girafas, barbeiros, monstros, pedreiros, pés de arvores, cabelereiros… começavam sendo elas mesmas e continuavam nascendo outra coisa em mim, sem fim.

A matemática sempre me chamava para ser exata. A ciência dizia que era impossível que isto virasse aquilo.
E eu desafiava secretamente quem me desafiava, provando que o invisível via o visível em constantes variáveis.
Várias vezes eu variava.

Não sei quem vem vendo o mundo sem variáveis invisíveis como se fosse mentira que o invisível é verdade.
Só sei que hoje muita gente vê o que um dia já foi invisível em mim e é por isto que aqui na CATHUM a gente está convidando gente que quer brincar com o invisível, para tornar visível aquilo que pode e não pode ser.

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