Não fui eu que inventei este método da Autonomia Criativa.
Eu organizei, com a ajuda de algumas pessoas, um sistema de compartilhamento de algo que acontece dentro de todo mundo que é humane, humana, humano…
Brincando com o que gosto de fazer fui percebendo como criava intuitivamente e instintivamente, os dois juntos agindo quando estava à vontade e “di boa” no momento.
Me dediquei a reconhecer como funciona meu corpo, meu campo, meu contorno criativo. Comecei a fechar os olhos e abrir a visão.
Enxerguei imagens que me levaram a portais dimensionais criativos inesgotáveis.
Não era viagem… acontecia na prática. Eu enxergava memo!
Quanto mais confiava nas imagens que enxergava, mais ideias, dramaturgias, pinturas, músicas…mais obras se apresentavam no meu campo criativo.
Fui percebendo o ciclo criativo mais fluente e interessante. Me sentia à vontade com o dia a dia do ofício artístico.
Quando percebi que criamos, “semquererquerendo”, literalmente de olhos abertos com nosso campo imaginativo a milhão, me dediquei a perceber a manifestação criativa que acontecia lá dentro no invisível, enquanto estava pagando uma conta no banco, comprando um pão na padaria, fazendo xixi no banheiro…
…a gente cria o tempo todo e nem percebe! Mas comecei a ver.
A simplicidade do ato criativo é quase inacreditável! É só confiar no que enxergamos.
Criamos desde que nascemos e entramos em relação com o mundo. Somos criaturas!
Desde que conheci a teoria autopoiética, que tem como princípio um sistema organizado auto-suficiente, no sentido de que podemos nos autocriar em relação com o mundo, tive consciência pela primeira vez na vida, que nossa biologia é 100% criativa. Fomos feitos para criar. Criamos desde o nosso próprio nascimento em parceria com nossa mãe e afins… até a nossa morte. A vivacidade criativa pode fazer com que a gente tenha uma morte viva! Morrer viva é uma perspectiva criativa adorável pra mim. Uma obra de arte que eu desejo que demore aos borbotões para acontecer…
…para que eu possa brincar com autonomia criativa ao infinito e além…Como diria o filósofo Buzz Lightyear.
Criemos, migs!
* O termo Autopoiese foi criado pelos biólogos chilenos Humberto Maturana e Francisco Varela.